Despertares Vampíricos (II)

Anshar Seraphim nasceu em Torrance, Califórnia, em 1980 e atualmente vive nas montanhas de Sierra Nevada. Há mais de oito anos realiza trabalhos de energia e é um membro ativo tanto da comunidade wiccana como vampírica, escrevendo muitos artigos para ambas. No seu tempo livre, lê e escreve poesia, pinta, esculpe, trabalha com armaduras medievais, sinuca, e estuda medicina holística.


Compreendendo a energia:
Uma viagem
por Michelle da Casa Kheperu

Eenergia. Ela tem muitas formas e encarnações, algumas das quais são conhecidas pelo mundo em geral e algumas nos iludem de qualquer modo definitivo, mas ainda assim perpassam cada momento que passamos despertos. O trabalho de energia, como é chamado por muitos, é o redirecionamento consciente e a aplicação da energia do pensamento. Isso tem grande significado para muitos, mas para alguns é um absurdo supersticioso. Durante muitos anos de trabalho de energia, percebi que muitas pessoas, inclusive alguns praticantes, só a conhecer por fé e experiência, semelhante a uma crença religiosa. Em outras palavras, elas aceitam o que a maior parte de nós não pode ver. Eu mesmo fui cético. Quando encontrei o trabalho de energia pela primeira vez, pensar ser absurdo total. Só depois de gastar um montante considerável de tempo com estudo e teoria fui capaz de tirar as conclusões que precisava para abrir minha mente à sua influência, e enfim tentar entender as suas origens e sua composição.

Sendo naturalmente empático, eu sempre fui acostumado a sentir as emoções daqueles ao meu redor. Nunca relacionei nenhuma dessas experiências à energia, simplesmente porque achava ser necessária a existência de energia metafísica para que eu fosse capaz de me conectar aos outros. Há uma riqueza de informações intimidante que não conhecemos atualmente sobre o cérebro humano, ou até sobre a natureza do universo, e, portanto, simplesmente atribuí a minha empatia a uma parte da minha mente que de alguma maneira era mais sensível aos pensamentos de outros. Mais tarde, percebi que essa atitude foi uma pedra necessária no caminho para as realizações que tenho em minha vida hoje.

Bem, isso naturalmente traz-nos ao tópico: o que é energia metafísica? Ela existe? Se não temos nenhum modo de registrá-la cientificamente com a nossa tecnologia  - vê-la, cheirá-la, prová-la -, o que nos dá o espaço pra considerar a sua existência? Essas são perguntas difíceis quando colocadas como algo vagamente espiritual, já que tanto  do que é intrisecamente espiritual desafia a lógica ou método científicos. Para muitos, isso simplesmente significa que ela é uma farsa, algum capricho inventado por perturbados ou religiosos para preencherem suas individualidades, para dar sentido onde não existe nenhum.

Sendo cético, isso foi naturalmente  minha abordagem inicial. Como poderia acreditar quer que um espectro mensurável ou quantidade de energia existe à minha volta, sem que eu possa ver, medir ou entender? Era necessário ter "fé" nessa energia para vê-la, entendê-la? A resposta clara que eu encontrei foi um sonoro "não".

Notei pela primeira vez a energia do pensamento quando um grande amigo meu começou a usar técnicas de Reiki par a ajudar a aliviar minhas dores de cabeça e tensões musculares. Ele tinha se oferecido várias vezes antes e eu recusava, dizendo-o que eu não caía naquela "energia de cura invisível". Finalmente, cedi, depois de sofrer com enxaqueca particularmente forte durante aproximadamente três horas. Os meus olhos tinham ficado inacreditavelmente sensíveis à luz, e a pulsação e a náusea começaram a ficar insuportáveis.

Ele fez que eu me deitasse e começou a passar as suas mãos por cima de mim. Sendo cético que sou, tive muito cuidado para respirar como sempre e não mudar mais nada (além do meu posicionamento físico, naturalmente). Se isso desse certo, eu queria saber exatamente por quê. Comecei a sentir ondas de energia passarem por meu corpo, transportando a minha dor com ela. Essa energia foi centrada em volta das suas mãos, portanto, eu imediatamente assumi que o calor radiante estava tendo um efeito em minha pele, e aquele calor suave causava uma espécie de reação em mim. Contei a ele essa ideia, e com um sorriso, ele imediatamente começou a irradiar um frio intenso por mim, com os mesmos efeitos da primeira onda. Isso chamou minha atenção, porque refutava minhas suposições e me fez examinar a minha percepção sobre o que acontecia. Depois de aproximadamente dez minutos disso, a minha dor de cabeça foi embora, e fui deixado com muitas perguntas sobre a natureza do que tinha sido feito comigo.


Comecei um processo, que durou quase um ano, de enteder a natureza dessa energia, e entender não só o que é a energia metafísica, mas como ela existe e interage com o mundo à nossa volta. Uma vez que, como afirmei antes, a maior parte da informação que pode ser considerada sobre a energia metafísica é de mérito científico duvidoso, decidi que havia um conjunto de suposições que teria de fazer sobre essa energia se pretendia elaborar uma teoria coesiva.


A energia do pensamento, se existir, pode ser como muitas outras espécies de energia que nós não podemos descobrir com os nossos sentidos - como radiação, ondas radiofônicas, e muitas outras. O simples fato de que não podemos detectá-la ou registrá-la pode significar simplesmente que ela existe em um espectro que atualmente não podemos observar (como a radiação e outras formas de energia devem ter parecido aos primeiros cientistas).


Aqueles que são habilitados a utilizar a energia do pensamento e trabalho de energia preparam-se sozinhos para usá-los e canalizá-los. Como a energia de uma pessoa não treinada e uma pessoa treinada diferencia-se? Esse efeito é mensurável? O que cria essa energia? A energia é uma constante no nosso universo. Qualquer estudante de física pode dizer-lhe que a lei da conservação da matéria e energia afirma que a energia/matéria não pode ser destruída; ela simplesmente muda de uma forma para outra. A energia do pensamento compartilha dessa propriedade?


Como você pode ver, tive muitos obstáculos a superar para entender a natureza de uma força invisível, especialmente porque aquela força pode ter ramificações espirituais. A maioria das informações que sabia ter sido capaz de reunir mal seriam científicas. Com isso em mente, criei uma progressão lógica para me ajudar a enteder essa energia e comecei a registrar minhas observações. O que segue são conclusões que fui capaz de conseguir através da observação, autoestudo e contemplação.


A energia espiritual/do pensamento, se existir, deve aderir à lei de conservação de matéria/energia. Não é destruída ou criada; simplesmente muda de forma. A energia pode ser espalhada, formada e coesiva, inativa (se pensamentos e emoções não a afetam de nenhum modo), e pode ser enfocada e dirigida, como esteve na minha experiência com a dor de cabeça. A energia espiritual/energia do pensamento deve aderir à lei da complexidade. Posso cortar um vidro com um diamante porque a estrutura do diamante é muito mais densa e complicada, e pelo mesmo princípio  posso interferir na frequência de ondas radiofônicas com um sinal mais forte ou um muito mais complicado na mesma frequência. A energia do pensamento adquire sua complexidade a partir dos pensamentos consciente e inconsciente e das emoções. Assume-se que, por causa dessa propriedade, as pessoas familiarizadas com o trabalho de energia podem levantar um "escudo" ao redor delas. Ao enfocar conscientemente em sua existência, a energia fica mais complexa e densa, e impede energia incoerente ou coerente de passar por ela.


Essa última observação é importante. A mente humana é em essência um grande computador bioelétrico. O cérebro emite ondas de energia discernível e mensurável que podem ser registradas de muitos modos, um deles é o eletroencefalograma (EEG). Não é difícil assumir que existem frequências  e tipos de energia emitidas pela mente que ainda não podemos detectar, considerando que nós conhecemos tão pouco da mente humana e temos uma compreensão tão rudimentar do sistema nervoso. Esse foi um salto muito pequeno que tive de fazer para formar uma boa tese quanto à natureza da energia metafísica e o seu efeito em nós e no mundo à nossa volta.


Quando temos uma emoção, há uma resposta fisiológica e uma resposta eletroquímica. Não é difícil compreender que esse fenômeno emite um tipo de energia ou, mais especificamente, que a mente afeta as ondas da energia que fluem para fora de nós, tanto como um grande objeto que é jogado em um lago. As ondulações que são canalizadas por nós podem ser sentidas por aqueles com maior sensibilidade. Finalmente, eu tinha encontrado uma explicação lógica para a minha empatia! Eu estava compelido a olhar melhor os efeitos dessa energia e a sua existência. Eu sentia como se finalmente tivesse chegado a algum lugar.


A energia penetra em nós, mas a energia do pensamento deve reunir-se em volta daqueles com a capacidade consciente de pensar e raciocinar. Essa energia então iria se modificar em intensidade e composição para refletir os pensamentos, emoçõs e "história de energia" de um ser - daí a ideia de aura. Um a um, os blocos começam a se encaixar. Os fenômenos psíquicos que a ciência falha em explicar começam a se revelar em maior escala.


A leitura do objeto então começaria a fazer sentido. Se um objeto está perto de uma pessoa ou de uma experiência intensa, seria embebido na energia de pensamento coesiva. Se as pessoas forem sensíveis a essa energia, elas podem entrar em contato com o objeto "sentir" as experiências às quais o item foi submetido, e formar uma imagem do seu uso ou dono.


Finalmente, o vampirismo, como é cruelmente chamado - e digo "cruelmente" simplesmente por causa das conotações que os meios de comunicação e o mundo em geral deram ao termo -, também entra em foco. Os indivíduos cujos modelos de pensamento criam um vazio interior são levados a se alimentas da energia de outros para estabilizarem sua própria energia. Isso é "psi" vampirismo, ou vampirismo prânico, como é chamado às vezes, a partir das tradições orientais do prana (energia de vida). Estar cercado de indivíduos assim que ignoram sua condição pode fazer com que a pessoa sinta-se drenada, sonolenta, ou até irritadiça sem qualquer motivo. Eles esvaziam a energia de pensamento natural que uma pessoa acumulou inconscientemente. Se uma pessoa com esse problema "não se alimenta", pode haver manifestações físicas, como dores de cabeça com as quais muitas vezes sofri.


A seguinte pergunta com relação aos vampiros, naturalmente, cai sobre bebedores do sangue ou a variedade de vampiros "sang". Esses indivíduos literalmente bebem o sangue de seus doadores, consumindo por prazer ou necessidade. Por que sangue? Bem, se tiver de aplicar as mesmas suposições científicas que fiz no resto deste artigo, diria que é porque o sangue viaja por cada parte do corpo e é exposto a cada pedaço dele, inclusiva o cérebro, e por isso tem a energia muito mais intensa associada a ele. Ele existe atrás da parede natural que erigimos, e por isso o sangue seria uma das fontes mais potentes dessa energia. Uma vez que a energia do pensamento é uma expressão da vontade e do subconsiente, até o ato de permitir uma pessoa fazer contato físico e alimentar-se pode transmitir essa energia. Eu nunca me atreveria  entender a natureza exata do vampirismo sanguíneo, já que não sou um deles, mas notei que alimentar-se com o sangue parece ter o mesmo efeito que alimentar-se com energia no meu caso. Tire as suas próprias conclusões.


Já que a capacidade da mente de enfocar e dirigir energia depende completamente do pensamento coesivo, concentração e crença/consciência, a minha capacidade de ver a energia metafísica como uma verdadeira força que posso entender - em vez de uma força invisível, irreconhecível, que possivelmente existe - fez a minha capacidade detrabalhar com energia muito mais forte, e intensificou o meu desejo pessoal de explorar. A partir de todas essas conclusões e da minha relação recente com a energia, tenho buscado sua compreensão com uma fome renovada.

O trabalho de energia tem-me muito mais significado do que antes, e a cada dia chego a novas conclusões com a compreensão de que a energia do pensamento não é uma historinha - é simplesmente outra das potentes forças na natureza que muitos entendem. Espero que essa percepção traga foco a alguns de vocês, e ajude a todos no caminho da compreensão pelo qual aspiramos
.








Definições:

Reiki: técnica de energia de cura originada no Japão. Foi importado aos Estados Unidos pelo Havaí. No Reiki, os indivíduos são sintonizados à fonte da energia vital universal, e são ensinados a canalizar essa energia para curar outros. Os vampiros relatam resultados variados com Reiki. Muitos são proficientes nas técnicas de energia que formam a base de Reiki, mas, com relação à utilização da energia do Reiki para sustentá-los, a maior parte de vampiros rapidamente aprende que, embora eles possam usar a energia do Reiki para curar outros, é algo completamente diferente tentar "comer" Reiki.

Empatia:
em sua definição clássica, a empatia é a capacidade de relacionar-se e compartilhar os sentimentos de alguém. Em um contexto mágicko ou psíquico, contudo, a empatia descreve a percepção extrassensorial das emoções dos outros. Relacionando conceitualmente à telepatia, um empático é capaz de entender a energia de emoções, compreendendo as pessoas de forma muito mais clara do que o mais astuo intérprete de expressão facial e linguagem corporal.

Interferência elétrica:
diversos vampiros psíquicos afirmam que eles tenham um impacto excepcional em dispositivos elétricos muito próximos. Muitos drenam baterias de relógio incontrolavelmente. Alguns regularmente queimam lâmpadas. Outros drenam as baterias em telefones celulares e câmeras digitais. Esse efeito colateral particular foi demonstrado bastante dramaticamente no documentário de 2005 do canal A&E The secret life of vampires. Enquanto ocorria a entrevista com a escritora Michelle Balanger em um estacionamento da Filadélfia ao amanhecer, a câmera repentinamente registrou um ruído alto e logo descarregou. A A&E não deve sentir-se culpada, entretanto. Diversas equipes de filmagem experimentaram problemas semelhantes tentando entrevistar Michelle.

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