Despertares Vampíricos (II)

Anshar Seraphim nasceu em Torrance, Califórnia, em 1980 e atualmente vive nas montanhas de Sierra Nevada. Há mais de oito anos realiza trabalhos de energia e é um membro ativo tanto da comunidade wiccana como vampírica, escrevendo muitos artigos para ambas. No seu tempo livre, lê e escreve poesia, pinta, esculpe, trabalha com armaduras medievais, sinuca, e estuda medicina holística.


Compreendendo a energia:
Uma viagem
por Michelle da Casa Kheperu

Eenergia. Ela tem muitas formas e encarnações, algumas das quais são conhecidas pelo mundo em geral e algumas nos iludem de qualquer modo definitivo, mas ainda assim perpassam cada momento que passamos despertos. O trabalho de energia, como é chamado por muitos, é o redirecionamento consciente e a aplicação da energia do pensamento. Isso tem grande significado para muitos, mas para alguns é um absurdo supersticioso. Durante muitos anos de trabalho de energia, percebi que muitas pessoas, inclusive alguns praticantes, só a conhecer por fé e experiência, semelhante a uma crença religiosa. Em outras palavras, elas aceitam o que a maior parte de nós não pode ver. Eu mesmo fui cético. Quando encontrei o trabalho de energia pela primeira vez, pensar ser absurdo total. Só depois de gastar um montante considerável de tempo com estudo e teoria fui capaz de tirar as conclusões que precisava para abrir minha mente à sua influência, e enfim tentar entender as suas origens e sua composição.

Sendo naturalmente empático, eu sempre fui acostumado a sentir as emoções daqueles ao meu redor. Nunca relacionei nenhuma dessas experiências à energia, simplesmente porque achava ser necessária a existência de energia metafísica para que eu fosse capaz de me conectar aos outros. Há uma riqueza de informações intimidante que não conhecemos atualmente sobre o cérebro humano, ou até sobre a natureza do universo, e, portanto, simplesmente atribuí a minha empatia a uma parte da minha mente que de alguma maneira era mais sensível aos pensamentos de outros. Mais tarde, percebi que essa atitude foi uma pedra necessária no caminho para as realizações que tenho em minha vida hoje.

Bem, isso naturalmente traz-nos ao tópico: o que é energia metafísica? Ela existe? Se não temos nenhum modo de registrá-la cientificamente com a nossa tecnologia  - vê-la, cheirá-la, prová-la -, o que nos dá o espaço pra considerar a sua existência? Essas são perguntas difíceis quando colocadas como algo vagamente espiritual, já que tanto  do que é intrisecamente espiritual desafia a lógica ou método científicos. Para muitos, isso simplesmente significa que ela é uma farsa, algum capricho inventado por perturbados ou religiosos para preencherem suas individualidades, para dar sentido onde não existe nenhum.

Sendo cético, isso foi naturalmente  minha abordagem inicial. Como poderia acreditar quer que um espectro mensurável ou quantidade de energia existe à minha volta, sem que eu possa ver, medir ou entender? Era necessário ter "fé" nessa energia para vê-la, entendê-la? A resposta clara que eu encontrei foi um sonoro "não".

Notei pela primeira vez a energia do pensamento quando um grande amigo meu começou a usar técnicas de Reiki par a ajudar a aliviar minhas dores de cabeça e tensões musculares. Ele tinha se oferecido várias vezes antes e eu recusava, dizendo-o que eu não caía naquela "energia de cura invisível". Finalmente, cedi, depois de sofrer com enxaqueca particularmente forte durante aproximadamente três horas. Os meus olhos tinham ficado inacreditavelmente sensíveis à luz, e a pulsação e a náusea começaram a ficar insuportáveis.

Ele fez que eu me deitasse e começou a passar as suas mãos por cima de mim. Sendo cético que sou, tive muito cuidado para respirar como sempre e não mudar mais nada (além do meu posicionamento físico, naturalmente). Se isso desse certo, eu queria saber exatamente por quê. Comecei a sentir ondas de energia passarem por meu corpo, transportando a minha dor com ela. Essa energia foi centrada em volta das suas mãos, portanto, eu imediatamente assumi que o calor radiante estava tendo um efeito em minha pele, e aquele calor suave causava uma espécie de reação em mim. Contei a ele essa ideia, e com um sorriso, ele imediatamente começou a irradiar um frio intenso por mim, com os mesmos efeitos da primeira onda. Isso chamou minha atenção, porque refutava minhas suposições e me fez examinar a minha percepção sobre o que acontecia. Depois de aproximadamente dez minutos disso, a minha dor de cabeça foi embora, e fui deixado com muitas perguntas sobre a natureza do que tinha sido feito comigo.


Comecei um processo, que durou quase um ano, de enteder a natureza dessa energia, e entender não só o que é a energia metafísica, mas como ela existe e interage com o mundo à nossa volta. Uma vez que, como afirmei antes, a maior parte da informação que pode ser considerada sobre a energia metafísica é de mérito científico duvidoso, decidi que havia um conjunto de suposições que teria de fazer sobre essa energia se pretendia elaborar uma teoria coesiva.


A energia do pensamento, se existir, pode ser como muitas outras espécies de energia que nós não podemos descobrir com os nossos sentidos - como radiação, ondas radiofônicas, e muitas outras. O simples fato de que não podemos detectá-la ou registrá-la pode significar simplesmente que ela existe em um espectro que atualmente não podemos observar (como a radiação e outras formas de energia devem ter parecido aos primeiros cientistas).


Aqueles que são habilitados a utilizar a energia do pensamento e trabalho de energia preparam-se sozinhos para usá-los e canalizá-los. Como a energia de uma pessoa não treinada e uma pessoa treinada diferencia-se? Esse efeito é mensurável? O que cria essa energia? A energia é uma constante no nosso universo. Qualquer estudante de física pode dizer-lhe que a lei da conservação da matéria e energia afirma que a energia/matéria não pode ser destruída; ela simplesmente muda de uma forma para outra. A energia do pensamento compartilha dessa propriedade?


Como você pode ver, tive muitos obstáculos a superar para entender a natureza de uma força invisível, especialmente porque aquela força pode ter ramificações espirituais. A maioria das informações que sabia ter sido capaz de reunir mal seriam científicas. Com isso em mente, criei uma progressão lógica para me ajudar a enteder essa energia e comecei a registrar minhas observações. O que segue são conclusões que fui capaz de conseguir através da observação, autoestudo e contemplação.


A energia espiritual/do pensamento, se existir, deve aderir à lei de conservação de matéria/energia. Não é destruída ou criada; simplesmente muda de forma. A energia pode ser espalhada, formada e coesiva, inativa (se pensamentos e emoções não a afetam de nenhum modo), e pode ser enfocada e dirigida, como esteve na minha experiência com a dor de cabeça. A energia espiritual/energia do pensamento deve aderir à lei da complexidade. Posso cortar um vidro com um diamante porque a estrutura do diamante é muito mais densa e complicada, e pelo mesmo princípio  posso interferir na frequência de ondas radiofônicas com um sinal mais forte ou um muito mais complicado na mesma frequência. A energia do pensamento adquire sua complexidade a partir dos pensamentos consciente e inconsciente e das emoções. Assume-se que, por causa dessa propriedade, as pessoas familiarizadas com o trabalho de energia podem levantar um "escudo" ao redor delas. Ao enfocar conscientemente em sua existência, a energia fica mais complexa e densa, e impede energia incoerente ou coerente de passar por ela.


Essa última observação é importante. A mente humana é em essência um grande computador bioelétrico. O cérebro emite ondas de energia discernível e mensurável que podem ser registradas de muitos modos, um deles é o eletroencefalograma (EEG). Não é difícil assumir que existem frequências  e tipos de energia emitidas pela mente que ainda não podemos detectar, considerando que nós conhecemos tão pouco da mente humana e temos uma compreensão tão rudimentar do sistema nervoso. Esse foi um salto muito pequeno que tive de fazer para formar uma boa tese quanto à natureza da energia metafísica e o seu efeito em nós e no mundo à nossa volta.


Quando temos uma emoção, há uma resposta fisiológica e uma resposta eletroquímica. Não é difícil compreender que esse fenômeno emite um tipo de energia ou, mais especificamente, que a mente afeta as ondas da energia que fluem para fora de nós, tanto como um grande objeto que é jogado em um lago. As ondulações que são canalizadas por nós podem ser sentidas por aqueles com maior sensibilidade. Finalmente, eu tinha encontrado uma explicação lógica para a minha empatia! Eu estava compelido a olhar melhor os efeitos dessa energia e a sua existência. Eu sentia como se finalmente tivesse chegado a algum lugar.


A energia penetra em nós, mas a energia do pensamento deve reunir-se em volta daqueles com a capacidade consciente de pensar e raciocinar. Essa energia então iria se modificar em intensidade e composição para refletir os pensamentos, emoçõs e "história de energia" de um ser - daí a ideia de aura. Um a um, os blocos começam a se encaixar. Os fenômenos psíquicos que a ciência falha em explicar começam a se revelar em maior escala.


A leitura do objeto então começaria a fazer sentido. Se um objeto está perto de uma pessoa ou de uma experiência intensa, seria embebido na energia de pensamento coesiva. Se as pessoas forem sensíveis a essa energia, elas podem entrar em contato com o objeto "sentir" as experiências às quais o item foi submetido, e formar uma imagem do seu uso ou dono.


Finalmente, o vampirismo, como é cruelmente chamado - e digo "cruelmente" simplesmente por causa das conotações que os meios de comunicação e o mundo em geral deram ao termo -, também entra em foco. Os indivíduos cujos modelos de pensamento criam um vazio interior são levados a se alimentas da energia de outros para estabilizarem sua própria energia. Isso é "psi" vampirismo, ou vampirismo prânico, como é chamado às vezes, a partir das tradições orientais do prana (energia de vida). Estar cercado de indivíduos assim que ignoram sua condição pode fazer com que a pessoa sinta-se drenada, sonolenta, ou até irritadiça sem qualquer motivo. Eles esvaziam a energia de pensamento natural que uma pessoa acumulou inconscientemente. Se uma pessoa com esse problema "não se alimenta", pode haver manifestações físicas, como dores de cabeça com as quais muitas vezes sofri.


A seguinte pergunta com relação aos vampiros, naturalmente, cai sobre bebedores do sangue ou a variedade de vampiros "sang". Esses indivíduos literalmente bebem o sangue de seus doadores, consumindo por prazer ou necessidade. Por que sangue? Bem, se tiver de aplicar as mesmas suposições científicas que fiz no resto deste artigo, diria que é porque o sangue viaja por cada parte do corpo e é exposto a cada pedaço dele, inclusiva o cérebro, e por isso tem a energia muito mais intensa associada a ele. Ele existe atrás da parede natural que erigimos, e por isso o sangue seria uma das fontes mais potentes dessa energia. Uma vez que a energia do pensamento é uma expressão da vontade e do subconsiente, até o ato de permitir uma pessoa fazer contato físico e alimentar-se pode transmitir essa energia. Eu nunca me atreveria  entender a natureza exata do vampirismo sanguíneo, já que não sou um deles, mas notei que alimentar-se com o sangue parece ter o mesmo efeito que alimentar-se com energia no meu caso. Tire as suas próprias conclusões.


Já que a capacidade da mente de enfocar e dirigir energia depende completamente do pensamento coesivo, concentração e crença/consciência, a minha capacidade de ver a energia metafísica como uma verdadeira força que posso entender - em vez de uma força invisível, irreconhecível, que possivelmente existe - fez a minha capacidade detrabalhar com energia muito mais forte, e intensificou o meu desejo pessoal de explorar. A partir de todas essas conclusões e da minha relação recente com a energia, tenho buscado sua compreensão com uma fome renovada.

O trabalho de energia tem-me muito mais significado do que antes, e a cada dia chego a novas conclusões com a compreensão de que a energia do pensamento não é uma historinha - é simplesmente outra das potentes forças na natureza que muitos entendem. Espero que essa percepção traga foco a alguns de vocês, e ajude a todos no caminho da compreensão pelo qual aspiramos
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Definições:

Reiki: técnica de energia de cura originada no Japão. Foi importado aos Estados Unidos pelo Havaí. No Reiki, os indivíduos são sintonizados à fonte da energia vital universal, e são ensinados a canalizar essa energia para curar outros. Os vampiros relatam resultados variados com Reiki. Muitos são proficientes nas técnicas de energia que formam a base de Reiki, mas, com relação à utilização da energia do Reiki para sustentá-los, a maior parte de vampiros rapidamente aprende que, embora eles possam usar a energia do Reiki para curar outros, é algo completamente diferente tentar "comer" Reiki.

Empatia:
em sua definição clássica, a empatia é a capacidade de relacionar-se e compartilhar os sentimentos de alguém. Em um contexto mágicko ou psíquico, contudo, a empatia descreve a percepção extrassensorial das emoções dos outros. Relacionando conceitualmente à telepatia, um empático é capaz de entender a energia de emoções, compreendendo as pessoas de forma muito mais clara do que o mais astuo intérprete de expressão facial e linguagem corporal.

Interferência elétrica:
diversos vampiros psíquicos afirmam que eles tenham um impacto excepcional em dispositivos elétricos muito próximos. Muitos drenam baterias de relógio incontrolavelmente. Alguns regularmente queimam lâmpadas. Outros drenam as baterias em telefones celulares e câmeras digitais. Esse efeito colateral particular foi demonstrado bastante dramaticamente no documentário de 2005 do canal A&E The secret life of vampires. Enquanto ocorria a entrevista com a escritora Michelle Balanger em um estacionamento da Filadélfia ao amanhecer, a câmera repentinamente registrou um ruído alto e logo descarregou. A A&E não deve sentir-se culpada, entretanto. Diversas equipes de filmagem experimentaram problemas semelhantes tentando entrevistar Michelle.

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Despertares Vampíricos (I)

Michelle é a fundadora da Casa Kheperu, uma organização vampírica com uma dédaca de dedicação à compilação e distribuição do conhecimento sobre vampirismo psíquico e trabalho de energia. Conferencista e escritora em tempo integral, Michelle faz muito pela expansão da comunidade, procurando servir de fonte entre muitas vezes secreta comunidade vampírica e outras subculturas mágickas.


O que é o Despertar?
por Michelle da Casa Kheperu

Há mais no mundo do que a realidade somente ordinária, física. Não há somente corpo, há também o espírito. Todas as coisas materiais à nossa volta têm um componente vital, espiritual para o que nossa cultura atual nos estimula a sermos cegos. Contudo, para alguns de nós, é impossível permanecer cego. Aqueles que denominamos Despertos têm seus olhos abertos e são capazes de ver todas as coisas que fazem o universo uma experiência mais rica e mais profunda do que um dos sentidos apenas materiais.

O Despertar acontece em vários momentos de nossa vida. Alguns já nascem Despertos, e não conhece nada mais. Outros, vêm ao seu Despertar ao longo da vida. Muitas vezes, nascemos com a capacidade para Despertar, e os talentos e habilidades ocultos manifestam-se na primeira infância. mas como os nossos pais, professores e todas outras figuras de autoridade nas nossas vidas repetidamente reforçam a noção de que nossos sentidos sutis são somente nossa imaginação, que os espíritos não são verdadeiros, e isso de mágica não existe, começamos a bloquear esse aspecto da nossa experiência.

Esses bloqueios mentais autoimpostos geralmente não começam a se desfazer até a chegada à puberdade ou final da adolescência, quando uma pessoa tipicamente começa a desenvolver a sua própria  identidade independente. Às vezes, capacidades latentes se manifestam com força renovada quando a puberdade nos atinge, e logo nossas sensações e nossa perceção tornam-se algo que não pode ser negado. Mas, muitas vezes, conforme atravessamos aquele período da individualização na adolescência, quando questionamos regras e limites estabelecidos pela sociedade e pelos nossos pais, começamos também a perguntar aqueles limites que nos dizem em que podemos e não podemos acreditar.


É muito comum nessa etapa do Despertar reavaliar as experiências e as crenças da infância em uma tentativa de discernir o que foi verdadeiro e o que foi realmente imaginação. Nessa etapa, é também comum experimentar sistemas de crenças diferentes em uma tentativa de entender o que realmente está relacionado com uma realidade que não parece conformar-se com as regras aceitas. Uma pessoa nessa etapa tem muitas perguntas sem respostas e muitas experiências que parecem desafiar as próprias regras da possibilidade.


É bastante comum ter também experiências sobrenaturais espontâneas - episódios de precognição, momentos fortes de empatia ou telepatia, percepção visual de auras ou espíritos, e outras sensações que não podem ser explicadas.


O desafio com o Despertar é derrubar aquelas barreiras construídas por seus pais, a sociedade e a religião para que o seu Íntimo Superior comece a passar pela fachada imposta sobre você. Isso não é uma coisa fácil de ser feita. É preciso uma personalidade forte e uma crença profunda em ser capaz de rejeitar o paradigma aceito e procurar definir o seu próprio. Isso é uma das razões por que tantas pessoas Despertar são egoístas - é necessário um ego forte para sobreviver ao processo do Despertar sem dobrar-se sob pressão de simplesmente não acreditar.


A crença é o ponto crucial do Despertar. Normalmente, há um ponto crítico em que uma pessoa que está despertando toma uma decisão de acreditar ou não. Se decidir aceitar que há mais à realidade do que lhe foi dito, então o processo continua e, com o trabalho, consequentemente virá a entender e até a dominar as capacidades latentes que já tem. Se escolher não acreditar, aquelas capacidades latentes não irão simplesmente embora. Ao invés disso, o Desperto entra em um período da repressão profunda que pode continuar durante toda sua vida. Quaisquer caminhos não serão fáceis de trilhar. Por um lado, é necessário trabalhar durante a vida inteira para acreditar em algo que a maior parte das pessoas considera como fantasia. Por outro, deve-se trabalhar durante a vida inteira para forçosamente manter seus olhos espirituais fechados, quando ver e experimentar coisas naquele nível é tão natural para eles como respirar.


Embora muitas pessoas comparem o Despertar com uma epifania espiritual, não é sempre como ligar a luz em uma sala escura, e pronto, você está Desperto. É mais como a iluminação de uma vela em uma caverna escura, só para descobrir que a luz dessa vela revela muito mais velas e uma caverna muito mais extensa do que você tinha imaginado antes. Daquela primeira luz fraca, você entende como ir iluminando seu caminho, e o processo continua enquanto você estiver disposto a explorar. O Despertar foi certamente assim para mim. Não houve nenhum incidente único, específico que finalmente deu pistar para o equilíbrio de crenças. Ao contrário, foi um conjunto de pequenas coisas que se acumularam até não poder ignorá-las mais. Conseguiria ter explicado um ou dois incidentes estranhos, mas cinco, dez, ou quinze coisas esquisitas acontecendo em minha volta sem nenhuma boa explicação não poderia ser simplesmente coincidência. Consequentemente, foi necessária mais ginástica mental para negar a minha natureza do que para aceitá-la simplesmente.


Vi o exato mesmo processo de trabalho com outros muitas vezes. Os incidentes realmente grandes, confrontadores da realidade, não fazem com que o equilíbrio do Despertar penda para eles. Quanto mais extraordinário e extremo o evento, mais fácil de se convencer que ele foi apenas o pensamente desejoso ou uma imaginação demasiadamente ativa. Os incidentes cotidianos, contudo, são coisas inteiramente diferentes. No fim, é a cadeia infinita de pequenas intuições, coincidências e sorte que finalmente faz a diferença. Esmagadas por mil milagres diários, a maior parte das pessoa têm de reavaliar suas visões sobre a realidade. Elas dão aquele primeiro passo e começam a acreditar.


O Despertar é um processo crucial - não somente para o indivíduo, mas para o nosso próprio mundo. O mundo em volta de nós está se modificando, assim como as pessoas que compartilham esse mundo em mutação. Existem cada vez mais Despertos em cada geração. Vampiro, bruxa, new-ager, crianças-índigo  -  juntos estamos ampliando os limites. Cada vez que outra pessoa desperta para o maior potencial da realidade, mais fácil fica para outros para enxergarem para além dos antolhos da realidade mundana e fazer o saldo em direção à evolução espiritual. Este é o tempo e o lugar para isso, e se você tiver coragem e perseverança, há algo maravilhoso ser realizado.








Definições:

Evolução espiritual: inerente ao conceito do Despertar existe da ideia aqueles seres humanos que podem ficar mais do que apenas seres físicos que vivem em um mundo material. A ideia da evolução espiritual sugere  que haja reinos e níveis de experiência além de existência física que os seres humanos podem acessar se eles cultivarem as habilidades corretas. Embora o conceito possa ser encontrato principalmente em religiões orientais, bem como em certos circulos da Noca Era, esse modelo de desenvolvimento espiritual, direcionado para a formação de algo melhor do que ser humano, segue como uma subcorrente distinta dentro de várias comunidades mágickas modernas, incluindo a subcultura vampírica.

Íntimo Superior:
unindo fortemente a um modelo de existência reencarnatória, o termo "Íntimo Superior" muitas vezes é usado para indicar a porção da personalidade, do conhecimento e da memória do indivíduo que é transferida de vida em vida. Especialmente nos círculos de Nova Era, o Íntimo Superior é visto como a porção mais esclarecida da personalidade que permanece um tanto separada da personalidade diária de uma vida específica. Para aqueles quem acreditam na reencarnação, o Íntimo Superior muitas vezes é percebido como sendo capaz de escolher não só as circunstâncias da encarnação seguinte, mas também as lições de vida que cada encarnação específica encontrará para seguir desenvolvimento da alma ao longo do tempo. Muitas casas vampíricas adotaram a noção do Íntimo Superior, entendido como o aspecto imortal do vampiro.

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O que é um vampiro? (IX)

Rev. Vicutus possui um longo histórico nas artes mágickas e ocultas, seguindo a longa tradição do Luciferanismo. Fundador da Ordo Sekhemu, Rev. Vicutus dedica sua organização mágicka ao estudo sério dos aspectos mais ocultos da condição vampírica. Seus escritos e visões são marcados por uma infalível dedicação à eloquência, a estética e à alta mágicka.
Edita o website www.ordo-sekhemu.org.


A Jornada é agora
por Rev. Vicutus, Dominus de Ordo Sekhemu

Abrace os pensamentos. Pensamentos são sutis e rápidos, e descrevem muito mais do que palavras conseguirão. Pensamentos desaparecem para dentro e fora de nosso abismo mental. Eles são como os padrões que são criptografias numéricas. Eu sinto que nossos próprios pensamentos individuais são as origens de expressão, que nós reagimos inadvertidamente por bondade, compaixão, raiva e outras tais características de humano.



FLUXOS CRIATIVOS E DESTRUTIVOS

Muitos tendem a ver os opostos de Vida como uma "bondade" absoluta e uma "maldade" absoluta. A distância entre as polaridades necessariamente não significa aquele é bom e o outro ruim. São simplesmente graus do mesmo estado. Eles são fluxos externos (protuberantes) e internos (receptivos) de energias naturais.

Se um praticante mágicko direcionar seu Caminho para a Esquerda e outro praticante mágicko direcionar o Caminho dele para a Direita, isso não significa necessariamente que aquele é maligno e o outro um homem santo. Eles são ambos inspirados, seres espirituais vivendo experiências humanas. Cada indivíduo complementa o outro em espiritualidade e fervor; então, eles só compartilham o mesmo estado de Consciência Divina em níveis paralelos diferentes.

Distância da Fonte Divina não é negativo, é somente Escuro. É natural que algumas pessoas (especialmente jovens estudantes de mágicka) vejam as coisas dessa maneira, já que o nível de percepção delas está em um estágio diferente de entedimento. Isso faz parte do processo de crescimento espiritual delas e é através desses compromissos que aprendemos e avançamos.

O mesmo princípio aplica-se universalmente a todas as coisas. E tudo se manifesta em um movimento pensado. O universo se expande e contrai, e com ele o nascimento e morte de sistemas estrelares e de universos-bebê. É assim que as leis naturais do ritmo, harmonia e simetria nos afetam. Até mesmo os estados mentais da humanidade aumentam para o místico - absorvido em Sabedoria.

O mundo exterior simplesmente é uma reflexão do cosmo interno. Eu sempre entendi os chacras como esferas de transcendência porque eles representam vários estados de consciência e atributos muito comparáveis com os planetas cósmicos. É bonito olhar as imagens de nossa galáxia e ligar isso a nossos íntimo - o Santuário Interno, nossa alma.

Cada um de nós tem um propósito para a humanidade. A Terra é tão bonita, e quando você olha para seus habitantes, você captura um olhar rápido da Terra para você, cercado pela escuridão do espaço.



SOMBRAS

Entre os extremos polares, há graus de sombras. Assim, a pessoa se pergunta, onde a Luz termina e começa a Escuridão?

Para Sekhrians, o vampyrismo é uma condição espiritual. A circulação de energia é bastante sutil e bonita, especialmente quando a pessoa afia certas habilidades e as utiliza para o benefício do Ego e dos outros. Essa troca de bondade é o próprio cerne da Beleza. A manifestação de nossa cura reflete a singularidade de nossos verdadeiros Egos. Através da conexão com inteligências iluminadas, uma pessoa se torna um Poder de Luz - abrangendo o espectro polar interno de esclarecimento, da iluminação ao escurecer. A conexão simbiotica é Divina, e essa é a certeza que, como vampiro, nós levantamos e recebemos  estados mentais, emoções, energias, pensamentos, enfermidades e sensações.



VAMPYROS COMO META PROGRAMADORES

Nós somos "projetados" para "reinventar" sistemas velhos como algo compatível para esta nova era, razão pela qual somos chamados vampiros. "Nós somos" os catalisadores de mudança em uma era espiritualmente desprovida. Nós não estamos aqui para destruir, causar caos, causar doenças ou sermos maldosos, mas ao contrário, gerar novas ideias e modos novos para melhorar velhos sistemas de forma que a humanidade possa fluir uniformemente.

Os vampiros já foram admirados e respeitados como protetores. Hoje somos desaprovados requentemente devido a nossa singularidade de diferença. Está na hora de clarear tais concepções errôneas, não pela publicação de materiais baseados no que uma pessoa desperta acretida ser o verdadeiro vampirismo, mas por nossas ações e nossa compaixão enquanto criaturas de Beleza. Ações falam mais alto que as palavras e (infelizmente) é por nossas ações que o mundo nos julga. Nós somos julgados pelo Trabalho que nós deixamos para trás.



FINIS CORONAT!
 A CONCLUSÃO COROA O  TRABALHO!

Eu digo a todos: vocês são todos parte de um serviço magnético, único e belo de sua própria maneira. Todos nós servimos a propósitos individuais que circundam nossos próprios universos, e até mesmo mais que isso, todos nós servimos um propósito "comum" - ajudar no crescimento e evolução pessoal do "homem comum". Está é verdadeiramente uma viagem excitante!








Definições:

Caminho da mão esquerda: abreviado algumas vezes como "CME", o caminho da mão esquerda da mágicka é frequentemente apresentado como mágicka "negra" ou "escura". Apesar de esse ser o caminho dos satanistas LaVEyan, setianistas e muitos paganistas negros, o caminho da mão esquerda é menos sobre buscar o mal e mais sobre a busca de si mesmo. Mais que procurar e suplicar a deuses e deusas, o praticamente do caminha da mão esquerda busca perceber sua própria divindade. A relação fundamental do praticante do caminho da mão esquerda com a mágicka, as divindades e as forças naturais pode ser mais bem resumidamente na frase "Minha vontade será feita".

Caminho da mão direita:
abreviado algumas vezes como "CMD", o caminho da mão direita da mágicka busca o trabalho com divindades e forças superiores de forma a melhorar a si mesmo. Frequentemente, o caminho da mão direita é apresentado como mágicka "branca" ou "boa". A relação fundamental do praticante do caminho da mão direita com a mágicka, as divindades e as forças naturais pode ser mais bem resumida na frase "Sua vontade será feita".

Escurecer:
termo cunhado por Lady Dark Rose da Casa Sable Brahmin e mais tarde adotado pela Casa Sekhemu. O escurecer é a forma vampírica de iluminação, pela qual um indivíduo atinge maior senso de compreensão através da exploração cuidadosa de seu lado obscuro. Sob o aspecto psicológico, pode ser comparado da sombra jungiana.
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O que é um vampiro? (VIII)

Kiera é enfermeira profissional e uma das cinco fundadoras da Aliança de Vampiros de Atlanta - AVA. Sua pesquisa sobre a comunidade vampiresca, assim como sobre os estudos esotéricos, começou no início dos anos 1990. Até o desenvolvimento da Aliança de Vampiros da Atlanta, Kiera percorria um caminho solitário, mais voltada para a investigação espiritual e aquisição de conhecimento do que para entrar em uma Casa por motivos sociais.


Revelações
por Kiera da Casa AVA

Sou uma pessoa profundamente espiritual, embora eu não me alinhe com nenhuma religião emparticular. Ao longo do curso de minha busca por sentido pessoal, eu pesquisei o xamanismo céltico e siberiano, Wicca, paganismo, vodu, taopismo, budismo e a espiritualidade dos nativo-americanos. Embora nenhum desses caminhos parecessem explicar tudo que eu tinha encontrado em minha vida, todos eles me ensinaram algo de valor.

Desde criança, sinto uma conexão espiritual profunda com a deusa Mãe Terra e também com o caminho nativo-americano. Recentemente, li um arigo escrito pelo ex-professor de Harvard Berry Fell que liga os símbolos celtas de Ogham aos símbolos achados em sítios arqueológicos nativo-americanos em New England que datam de 800 a.C., aproximadamente.  Através dessa evidência arqueológica, agora há prova do contato entre europeus e nativo-americanos antes doImpério Romano, muito antes mesmo dos Vinkings terem se estabelecido brevemente na América do Norte.

Durante anos afirmei que a religião celta e a Wicca moderna tem paralelos significantes a sistemas de crenças nativo-americanos, assim em essência este artigo deu validação ao sistema de crenças que sempre sentia mais próximo da minha visão pessoal.


Então eu comecei a reconsiderar minhas visões sobre o vampirismo moderno, e foi a partir daí que minha revelação começou.


Eu sei que algumas pessoas escolhem se associar com o termo vampiro /vampiro por muitas razões, e não ouso tentar mencioná-las todas aqui. Porém, a maioria dos psi-vampiros declara ter um déficit de energia que causa fome física e necessidade de alimentar-se de energia vital ou emocional encontrada em outras pessoas e em multidões, ou a energia natural de reservatórios elementares.

Energia não é estagnada. Não pode ser consumida sem liberar energia de outra forma. Nosso "Farol" não é uma manifestação do campo de energia concentrada que nos cerca? É a chama que atrai as mariposas a nós.


A energia flui livremente. Aqueles que sabem canalizar isso, têm uma grande vantagem em comparação com as almas não-despertas que não podem ou não querem ser engolidas primeiro para então serem fortalecidas pelas correntes poderosas que fluem dentro de todo átomo de matéria neste plano de existência. Talvez essa seja a explicação mais verdadeira para o vampirismo moderno, uma habilidade inata para canalizar e digerir as forças da natureza.

Se você olhar ao longo de outras culturas e períodos de tempo, existem todos os tipos de profissões  para as quais nos viramos em tempos de necessidade: profetas, videntes, médicos feiticeiros, santos, padres curandeiros de fé, xamãs, curandeiros naturais, herboristas, bruxas, e até mesmo enfermeiras. O que todas essas pessoas têm em comum? Através de um ritual ou cerimônia, essas pessoas aumentam e manipulam energia. Elas usam essa energia para curar outros assim como fortalecer seus próprios dons. Em essência, elas são os manipuladores de energia de vários níveis e arquétipos. E não é isso que um psi-vampiro é? Um ser humano que pode extrair e manipular energia para o próprio uso pessoal? Importa que rótulo damos a isso? Vampiro, bruxa, xamã - os sintomas são todos os mesmos.

Vampiros são os manipuladores de energia no mesmo ramo de outros manipuladores de energia aceitos ou mesmo acolhidos pela sociedade como xamãs, curandeiros, instrutores de Reiki ou diversos outros praticantes espirituais e mágicos. Nós podemos ser benéficos, encorajadores e estar em harmonia com a comunidade humana. É uma escolha que cada indivíduo faz de acordo com sua própria moral e ética.

Ainda assim vampiros são vilificados frequentemente como sugadores de energia, cevadores de energia, seres que levam e não dão nada em retorno. Eu proponho que não haja nenhuma diferença entre cevadores de energia e trabalhadores de energia. No fim, a energia é cíclica. Você não pode abrigá-la como se fosse um dragão que vigia seu tesouro. A energia que parece ser destruída só é modificada.


Como é possível achar que nós só colhemos a energia dos outros? Não devolvemos essa energia aos outros dia após dia, especialmente em nossas profissões? Como enfermeira, a cada paciente que eu toco e conforto é dada a minha energia. Frequentemente, a gratidão e calor humano de meus pacientes fazem com que a mesma energia volte para mim. Nós trocamos - curandeiro e curado.


Eu conheço um vampiro que é massagista. Ainda que ele possa ficar se alimentando inadvertidamente da energia ambiente de um cliente, ele também investe muito de sua energia física, espiritual e mental no dia-a-dia de sua profissão. Um sem número de vampiros, através de suas profissões, demonstra investimentos semelhantes de energia.


Meu argumento é que essa difamação é, em primeiro lugar, injusta e inexata. Em segundo lugar, cria um estigma social que eu acredito que muitos vampiros usem como um manto de culpa por causa da natureza de seu ser. Muitos vampiros são ou forçados a sentirem-se culpados por este estigma ou achar um pouco de satisfação masoquista se açoitando simbolicamente com isso. Essa é a clássica Síndrome de Louis de Pointe du Lac, sob a qual meditamos: "Serei eu um mal inato para minha própria natureza: Está além do meu controle: Estou condenado?"

A necessidade de consumir energia para aliviar um déficit prânico não é exclusiva ao vampirismo. Se você buscar no xamanismo, há um conceito chamado Curandeiro Ferido, em que um curandeiro na verda sofre dano físico por causa da quantidade de energia que ele canaliza para curar o outro. O Praticante gasta tanto da própria energia de força vital que ele fica debilitado e precisa juntar energia para recarregar as baterias. Este é o preço que se paga por um dom. Nada é gratuíto.

Francamente, e essa é uma opinião que provavelmente irá atiçar algumas pessoas, não acredito que os psi-vampiros precisem ter energia para sobreviver. Devido a um acidente de carro, eu fiquei boa parte de oito meses isolada de todas as pessoas, sozinha durante noventa por cento do tempo. Eu não enfraqueci e nem morri plea falta de alimentação de energia. Existem muitos anciões em nossa comunidade vampírica que contam sobre épocas em que sua fome ocultava-se, às vezes, por longos períodos de tempo. Alguns relatam que eles pensavam ter sido "curados" do vampirismo - até que a fome reapareceu. Foi assim comigo. Eu não tinha oportunidade de saciar minhas necessidades e, ainda assim, elas não apareceram durante aquele tempo.

Em minha opinião, os vampiros gostam de alimentar-se. Gostam de usar seu carisma para seu benefício. Gostam da emoção. Se tivermos um déficit de enegia (e isso nunca foi provado concretamente), é algo leve, que não ameaça nossa sobrevivência e com o qual podemos conviver. Talvez fiquemos um pouco distraídos quando estamos com baixa energia e ficamos um pouco rabugentos - mas não morremos.

E quando não somos capazes de ingerir energia devido a circunstâncias que nos isolam, os sintomas que sofremos são mais próximos da desintoxicação de álcool ou drogas do que daqueles de má nutrição. Os sintomas que a maioria dos vampiros atribuem à falta de alimentação são letargia, incapacidade de concentrar-se e irritabilidade. Não são esses sintomas mais relacionados à abstinência do que à fome?

Talvez o motivo pelo qual o título deste artigo é "Revelações" é eu acreditar que, muito frequentemente, a comunidade vampírica assim como os indivíduos que a compõe esquecem de ir além em seus pensamentos. Eles leem vários textos on-line ou em publicações e aceitam a informação como se fosse o Santo Graal.

Já foi dito que o psi-vampirismo resulta de um déficit de energia, o que pode ou não ser verdade, ainda assim, a maioria toma isso como palavra divina. Eu acredito que textos e pessoas mais velhas podem ser recursos valiosos, mas isso não significa que nós, como vampiros, devemos simplesmente esperar receber nossas crenças prontas. Os seres humanos receberam um lobo frontal por uma razão: aprender, explorar e questionar.

Em última instância, os vampiros também são gente! Temos profissões, famílias, amigos, responsabilidades e valores morais. Somos todos indivíduos e muitos de nós seguem códigos éticos, morais e religiosos distintos. Existem os vampiros arquetípos que atacam as pessoas vagorosamente. Porém, eles são realmente mais terríveis que o Jack, o Estripador, John Gacys e Jeffrey Dahmers - desviados da sociedade "normal" dominante? Como qualquer outro aspecto da sociedade, os vampiros produzem seus santos, assim como seus monstros. Isso é simplesmente da natureza hamana. Nós fazemos nossas escolhas, e essas escolhas nunca são universalmente más - ou universalmente boas.

Entre os vampiros, existem queles que classificaríamos como bons, maus e tudo que houvesse entre uma coisa e outra. A maioria dos vampiros são, basicamente, seres humanos decentes que têm uma questão extra com a qual lidar ou a que devem aceitar completamente. Por acaso estamos atentos a energias que a maioria das pessoas escolhe ignorar ou de fato ignora. Isso nos dá um grande poder, mas também uma responsabilidade maior de usar esse poder de forma sábia.








Definições:

O Farol: os vampiros psíquicos têm assinaturas energéticas diferentes, e outros vampiros psíquicos parecem ser particuarmente sensíveis a essas assinaturas, mesmo que o indivíduo em questão não saiba o que é, de fato, um vampiro. "O Farol" é o termo usado para descrever o sexto sentido que muitos vampiros psíquicos têm um sobre os outros. O Farol ganhou uso generalizado na comunidade vampírica.

Vampiros e serial killers:
diversos autores populares sobre o arquétipo do vampiro insistem em identificar certos serial killers como vampiros. Alguns dos serial killers, como Jeffrey Dahmer, são conhecidos por terem consumido porções de suas vítimas. A subcultura vampírica compreensivelmente se opõe a ter assassinos loucos como Jack, o Estripador, identificados como vampiros "reais", mas a ligação persiste. Isso se deve em grande parte a Elizabeth Báthory, conhecida como  a Condessa Sangrenta. Nobre húngara que viveu entre 1560 e 1614, conta-se geralmente que Báthory assassinou jovens mulheres para banhar-se no sangue delas. Supostamente, ela o fazia para manter a própria juventude e beleza. Apesar de a Condessa Sangrenta histórica ter mesmo torturado e talvez matado centenas de jovens, as histórias de seus banhos de sangue habituais estão relacionadas mais à lenda do que com os fatos. Seus laços com vampiros ou vampirismo permanecem na imaginação popular, entretanto, e esses laços se tornam mais persistentes por ela ter sido uma parente distante de Vlad Tepes, o herói valaquiano que serviu como inspiração histórica para Drácula.

Sindrome de Louis de Pointe du Lac:
em Crônicas Vampíricas de Anne Rice, Louis, o "filho" vampírico de Lestat, é a quintessência do "vampiro relutante", consumido pela culpa e pelo remorso de sua própria existência. Na comunidade vampírica, que não pode evitar ser influênciada pelos retratos dos vampiros na cultura moderna, alguém que luta excessiva e desnecessariamente contra o susposta mal de sua natureza vampírica é algumas vezes comparado com o personagem de Anne Rice.
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O que é um vampiro? (VII)

Sylverë ap Leanan está envolvida na comunidade vampírica desde meados dos anos 1990. Ela é a facilitadora de um dos mais antigos grupos de apoio da comunidade na Internet, a Aliança Comunitária Vampiros Reais. Ligada orininalmente à Aliança Vampiro/Doador, Sylverë apareceu no documentário para a televisão britânica American Vampires e no programa de rádio via Internet Nightwatch. Mãe de dois filhos, vive em Kansas City com sua família.



Sangrar ou não sangarar
 O que torna um vampiro real?
por Sylverë ap Leanan

Você é um vampiro se beber sangue humano? Ou você é um vampiro se você se alimentar de energia? Ao longo dos meus anos de envolvimento com a comunidade vampírica, ouvi tantas vezes a discussão do bebedor-de-sangue contra o cevador psíquico que já se torna quase fora de moda. Mesmo assim, ainda tem a capacidade de enfurecer a ambos os grupos e iniciar muitas agressões verbais entre aqueles que participam ativamente da comunidade. Confesso que nunca entenderei por que há esse debate, muito menos por que os sanguinários parecem sentir que ingerir sangue de alguma maneira, os eleva a um estado superior. Para entender minha perspectiva, o leitor tem que entender primeiro minha definição de vampiro e como eu cheguei à conclusão que eu sou, de fato, uma vampira que alimenta-se psiquicamente.

Um vampiro é uma pessoa que sofre uma deficiência em energia que não pode ser atribuída a qualquer causa médica como leucemia, lupus, hipoglicemia, porfíria ou vírus de Epstein-Barr; nem ser visto como resultado de se dedicar a práticas de artes mágickas excessivamente. É uma deficiência que não pode ser aliviada através de metodos normais, incluindo gestão de uma dieta balanceada, descanso e contato social rotineiro com amigos. Essa deficiência só pode ser corrigida ingerindo sangue (geralmente humano) ou de outros fluidos corporais, ou absorvendo energia por várias práticas meditativas, espirituais ou "psíquicas"

O vampirismo é a condição que causa a necessidade de - e o ato de - obter e ingerir fluidos corporais humanos com a finalidade de ganhar energia viva (prana, alternadamente chamado chi, ki ou respiração) contida neles ou de absorver essa mesma energia por meios psíquicos e/ou espirituais, de modo a manter a pessoa saudável. Algumas pessoas podem realizar práticas semelhantes às de um vampiro, mas estas não são vampiros reais se a necessidade constante de fazê-lo para manterem-se saudáveis não está presente. A diferença é sútil, e é frequentemente omitida ou mal-entendida por aqueles que na verdade não são vampiros.

Todos os vampiros requerem energia viva acima e além do que geralmente é considerado normal para um ser humano. A única diferença são os meios pelos quais eles a obtêm. Enquanto alguns vampiros preferem ou precisam de sangue, outros são mais adeptos a tirar a energia de outras fontes ou têm uma preferência por isso. Essas fontes podem incluir, mas não são limitadas a isso, a energia ambiente de uma grande multidão, fontes naturais como tempestades elétricas ou água corrente, estados emocionais intensos de pessoas próximas, energia sexual ou a energia de artistas no processo de execução ou criação.

A partir de minha observação e experiência, eu proponho que não haja nenhum conjunto específico de sintomas comum a todos os vampiros, além da inabilidade de produzir energias suficiente para satisfazer as necessidades do corpo pelos métodos habituais de dieta balanceada, descanso e recreação. Muitos vampiros exibem características como a sensibilidade extrema a luz ou temperatura (mas não ao ponto de reduzi-los a cinzas), um sentimento persiste de fome ou sede que não são aliviadas através de comida, água, ou efeitos de saúde precário como enxaquecas, náusea ou fadiga crônica, porém, outros vampiros não experimentam esses sintomas, ou os experimentam em um grau muito menor. O fator definitivo para determinar se alguém é um vampiro ou não é a deficiência de energia persistente que não pode ser explicada nem curada através da medicina ocidental.

Não há nenhuma evidência médica totalmente crível para sugerir que nós, como vampiros, abriguemos uma vírus desconhecido, carreguemos uma mutação genética, soframos de uma de uma deficiência enzimática ou de vitaminas, ou tenhamos uma mitocôndria faltando ou falha. Nós não somos descendentes de uma subespécie antiga de proto-humanos que cruzaram com humanos modernos, nem uma raça alien que cruzou com humanos pré-históricos. Eu vi muitas reividicações Homo sapiens normais e geralmente saudáveis, e pronto. Minha filosofia pessoal atribui a causa de vampirismo a um ponto de vista espiritual, mas é melhor deixar isso pra outro artigo.

Sobre como eu sei que sou uma vampira, posso dizer que, por anos, fui testado para inúmeras enfermidades - de diabetes a hipotiroidismo, de anemia a HIV. Fora uma tendência para pressão baixa (mais baixa que o normal, mas ainda saudável) e hipoglicemia limítrofe, manti tudo isso em segredo até agora, cuidando de minha dieta, eu sou tão saudável quanto um cavalo, como diz o ditado. Eu recebo acompanhamento de um psicólogo. Apesar de ter desordens afetivas eventuais, nenhuma dessas condições é responsável pelos sintomas físicos debilitantes que eu experimento quando não me alimento. Beber sangue não os alivia. Porém, ao absorver energia psíquica de outra pessoa, esses sintomas desaparecem. Eles ocorrem periodicamente, de maneira cíclica, normalmente uma vez cada, de duas a quatro semanas, e piora quanto mais longo for o intervalo entre as sessões alimentares. Já que não existe nenhuma outra explicação, eu posso concluir logicamente, que sou uma vampira.

Agora, de volta à discussão de obter energia psíquica versus beber sangue. Nem todos os vampiros precisam consumir sangue: dizer o contrário é no mínimo tolo. A ressonância espiritual da energia encontrada no sangue não pode satisfazer as necessidades de todos os vampiros suficientemente. Alguns de nós requeremos uma "frequência" mais alta ou energia em um estado mais puro para obter algum benefício. Outros, simplesmente escolhem adquirir a energia de que eles precisam de outras fontes devido aos potenciais riscos para a saúde associados a beber sangue. Isso não impede que aqueles muito reais precisem se alimentar, porém. Nós não morreremos se não nos alimentarmos. Nem mesmo o vampiro que escolhe beber sangue morre por sua falta. Nós só seremos pessoas sem saúde, miseráveis e nada agradáveis até que nos alimentemos.


Até onde sei, não só é errada a reivindicação que cevadores psíquicos são de alguma maneira menos "reais" que os bebedores de sangue, mas também é cruel. Muitos vampiros já se sentem marginalizados em um mundo que nos considera loucos, se não perigosos. Para esses que declaram que o único vampiro real é aquele que bebe sangue, eu pergunto: quem você acha que é para acreditar que tem o direito de cometer essa insensibilidade ao nos excluir baseado somente em nosso método escolhido de adquirir a energia que nós precisamos? Poderia ser argumentado que a alimentação psíquica é o método mais válido porque evoluímos além da necessidade por técnicas grosseiras como beber sangue. São nossos gostos rarefeitos e abordagem mais esclarecida que nos fazem os "verdadeiros" vampiros. Porém, eu não vejo razão alguma para chegar a esse nível. Isso não o roto falando do esfarrapado? Eu sei quem sou, e eu estou segura o bastante que estou além da tolice desses que querem desacreditar minha realidade pessoal. O que eu não entendo é porque alguém acredita que humilhar seus semelhantes é um meio aceitável de sentir-se especial
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Definições:

Sanguinário: derivado da palavra latina sanguis, sangue, um sanguinário é uma pessoa que bebe sangue. Um termo mais comum é vampiro sanguíneo.

Porfíria:
doença ligada aos contos folclóricos sobre vampiros e lobisomens como explicação possível para a origem desses mitos. Doença hereditária que afeta a medula óssea, e por isso o sangue, a porfíria pode tornar a pessoa extremamente sensível à luz. Existem histórias, talvez anedotárias, de que a porfíri causa desejos por sangue humano. A doença pode deixar os dentes com coloração enferrujada, dando a impressão de que o paciente bebeu sangue. Não há evidências de que qualquer membro da comunidade vampírica moderna sofra de qualquer forma dessa doença.
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