O que é um vampiro? (IV)

Em defesa do vampirismo psíquico
por Denis Torres

Existe uma crença comum entre paganistas - e wiccanos em particular - que o vampirismo psíquico é uma aberração ou um crime indiscutível. É entendido como algo feito propositalmente pelo psi-vamp, e visto como algo feito tipicamente por poder, autoindulgência, ou maldade. Apesar de certamente existirem vampiros que se praticam o vampirismo aprendido por prazer ou esporte, a existência dessas pessoas não invalida de maneira alguma a realidade daqueles que possuem uma necessidade verdadeira e legítima.

Os paganistas e/ou wiccans que estão dispostos a aceitar a noção que algumas pessoas podem, por sua natureza, precisar absorver energia geralmente impõem um limite na energia vital humana (geralmente mais conhecida como chi), sob o argumento de que existem diversos tipos de energia que podem ser utilizadas, então um psi-vamp deveria ser capas de, basicamente, sair e comer uma árvore.

Então, se não é uma pessoa viciada em absorver energia ou que a retira somente porque quer, o que é um vampiro psíquico?

Algumas pessoas não produzem naturalmente a energia vital que sustentam o bem-estar físico, espiritual e mental ideal. Esses indivíduos devem precisar absorver constantemente a energia do ambiente ao redor deles para suprir suas energias vitais pessoais.

Se essa pessoa for capaz de conseguir, de forma consistente, retirar a energia da natureza, da Terra, da energia celestial, elemental ou de alguma outra fonte que não seje sustentar seu bem-estar físico, mental e espiritual sem tomar a força da energia vital de outras pessoas, mas possui uma necessidade energética diferenciada.

 Um vampiro psíquico completo é um indivíduo que, tendo essa necessidade energética, é limitado a se alimentar quase que exclusivamente da energia vital de outras pessoas. Essa energia pode ser obtida através de interações sexuais, em meio a multidões, na forma de energia emocional e alguns a obtém através do sangue.


O fator determinante para um psi-vamp é que ele não consegue sustentar adequadamente seu bem-estar físico, mental e espiritual básico através de qualquer outra energia que não a humana. Essa pessoa precisará tomar essa energia constantemente com alguma regularidade (uma vez por semana ou por mês, em média, dependendo do metabolismo, do grau do necessidade, entre outras coisas), ou estar sujeita à perda da saúde e do bem-estar geral. Não alimentar-se dessa energia pode causar letargia generalizada, depressão do sistema imunológico e abrigar outras doenças.


Em defesa dos paganistas que formularam uma opinião tão negativa sobre os vampiros, é certamente verdadeiro que vampiros psíquicos inconscientes, que não têm ideia do que estão fazendo, podem ser excepcionalmente destrutivos para aqueles ao seu redor. Geralmente, muitos dos psi-vamps ainda não despertos inconscientemente criam situações melodramáticas e carregadas de emoção somente para alimentarem-se da energia que disso resulta. Eles são os carentes de atenção, as rainhas do drama e os tadinho-de-mim.


Os que não foram educados nem despertos, tendem a ser a grande maioria, o que faz que sejam a partir de experiências com eles que grande parte dos metafísicos tenham formulado suas opiniões sobre os vampiros psíquicos como um todo. E, tento lidado com alguns psi-vamps, teimosamente não-despertos, posso entender o argumento de onde veem essas opiniões negativas. Essas pessoas são, de fato, umas malas sem alça.


Porém, o fato dessas pobres almas existirem não é uma razão boa o suficiente para rejeitar toda a comunidade, nem é razão para julgar a nós todos pelo mal comportamento de alguém. O psi-vampirismo é um fenômeno muito real. Geralmente, é tão difícil para o psi-vamp que desperta perceber que ele ou ela tem uma necessidade verdadeira e legítima por energia humana quanto é para um paganis, wiccano ou membro da Nova Era aceitar que algumas pessoas só podem ser sustentadas por um espectro de energia muito limitado. É muito mais fácil aceitar a visão utópica da realidade e acreditar que o Universo, em sua sabedoria, provê adequadamente a todos os seres. Mas sabemos que isso não é verdadeiro na realidade, pois apesar de haver alimento em abundância em nosso planeta, muitas pessoas passam fome. Algumas passam fome por causa do egoísmo de outros. Outras porque sua localização geográfica simplesmente não fornece o butim necessário para a subsistência. E outras ainda sentem fome mesmo com a quantidade adequada de comida, porque em algum lugar de seus aparelhos digestivos existe alguma deficiência que as impede de assimila adequadamente os alimentos.


Com muita frequência, os trabalhadores mágickos que relutam em aceitar a realidade do vampirismo, procuram descartar toda a informação sobre ser uma necessidade real e legítma. Aqueles que se opõem até mesmo à existência dos vampiros psíquicos não devem tentar obscurecer o assunto ou suprimir a pouca informação que está disponível para aqueles que começam a conhecer o que são. A educação e a consciência são as duas melhores ferramentas para combater os psi-vamps irritantes que andam por aí causando dores de cabeça a todos. Uma pessoa não pode fazer escolhas éticas para aplacar uma necessidade que ela nem mesmo conhece em si mesma. Somente alguém totalmente educado e consciente dessa habilidade, poderá escolher quando e onde se alimentar.


Registrar energia de um alvo é, de fato, antiético. Mas aprender a tomar energia conscientemente é a única coisa que permitirá que os verdadeiros psi-vamps tomem decisões éticas sobre seus hábitos alimentares. Quando os psi-vamps alcançam a consciência e o autocontrole, eles podem aproveitar o que são de forma mais positiva, procurando doadores voluntários ao invés de tirar energia aleatoriamente de qualquer um que cruzar com eles.


Dizer aos vampiros psíquicos que sua necessidade não é real, que está tudo em sua cabeça, ou que é alguma forma de vício adquirido (eu ouvi tudo isso muitas vezes, mesmo de amigos ou conselheiros com boas intenções), só os impedirá de alcançar a compreensão necessária para desenvolver uma abordagem saudável de quem e o que são.






Definições:

Energia vital: a noção de que existe algo sutil que gavaniza o corpo humano está no centro da maioria das tradições metafísicas. Essa energia vital, que tem nomes diferentes em diversas culturas, está ligada à respiração, vida e espírito. Tão antiga quanto o Upanishads dos hindus, essa crença está de mãos dadas com a crença na alma. para muitas pessoas, a alma é percebida como uma espécie de energia, algo que pode se desligar do corpo e sobreviver após a morte física. Apesar da energia vital geralmente não ser igualada à alma, ela é vista como uma força-chave que anima o corpo físico quando a alma está ali.

Vampiros "reais": desde o primeiro momento em que uma pessoa se identificou com o vampiro como identidade mágicka, existem debates calorosos sobre o que constitui um vampiro "real". Organizações do caminho da mão esquerda, como a Ordem do vampiro, do Templo de Set, execram os membros da moderna comunidade vampírica como nada mais que meros poseurs, afirmando que somento o vampiro educado ensinado dentro de seus sistemas é legítimo. Dentro da moderna comunidade vampírica, os indivíduos tendem a discordar significativamente em suas crenças sobre o que constitui um vampiro "real". Muitos consideram como padrão, a definição do vampirismo como a necessidade de energia vital, porém, alguns grupos não se limitam exclusivamente à energia humana, identificando como vampiro a pessoa que exibir uma necessidade marcante por qualquer tipo de energia exterior, incluindo a energia elementar, das tempestades ou mesmo energia retirada de aparelhos tecnológicos.

Ética vampírica: essa expressão pode soar um pouco como uma contradição em termos, mas, dentro da comunidade vampírica moderna, o comportamento ético é um assunto importante. O aspecto social da comunidade vampírica depende de que todos trabalhem em conjunto e em harmonia, isso inclui respeitar os direitos dos outros com relação a suas energias pessoais. É considerado de muito mau gosto, tomar energia de alguém sem consentimento, e a maior parte das organizações vampíricas exigem que os associados aceitem as normas éticas, como o Black Veil ou a lei dos Direitos do Doador.

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